30 de novembro de 2011

Jupiterianos Quentes


   
    A nova descoberta é de Maciej Konacki, feita no observatório Keck, no Havaí. Medindo o "bamboleio" causado pelo puxão gravitacional do planeta em sua estrela-mãe, o astrônomo pôde determinar a massa e a órbita aproximadas do dito cujo. Trata-se de um planeta gigante gasoso, como Júpiter, numa órbita extremamente pequena, um ano lá leva pouco mais de três dias.
    Acontece que, segundo todas as teorias de formação planetária, o astro encontrado ao redor da estrela principal do sistema HD 188753 não poderia estar lá.
    As teorias originais de como os planetas são construídos foram, óbvio, baseadas na arquitetura do Sistema Solar. A idéia é que planetas gigantes gasosos só possam se formar mais distantes da estrela, onde a água fica sempre congelada e há matéria suficiente para a formação do núcleo sólido que servirá de "ímã" para captar o gás necessário ao surgimento de um gigante gasoso. Isso explica muito bem porque Júpiter, Saturno, Urano e Netuno estão onde estão. Mas tudo ficou complicado quando começaram a descobrir os jupiterianos quentes.
    Há mais de trinta planetas fora do Sistema Solar já descobertos nessa condição pouco confortável, girando quase colados à estrela-mãe. São talvez a maior surpresa encontrada desde que se começaram a detectar planetas extra-solares, em 1995. A solução para "consertar" a teoria foi elaborar um esquema de migração planetária. Os jupiterianos quentes se formariam longe de seus sóis, mas depois migrariam para dentro, arrastando tudo que estivesse pela frente. A idéia até que serviu para explicar os jupiterianos quentes vistos até agora, embora não tenha ficado muito claro por que o nosso Júpiter não fez o mesmo estrago, destruindo a Terra no processo.

Fonte: AstroPT

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