Enquanto no Brasil milhões de pessoas estavam curtindo um belo feriado de Carnaval, um interessante evento estava sendo registrado pelo observatório heliosférico da Nasa: o trânsito da Lua à frente do disco solar. O evento durou alguns instantes, mas o suficiente para causar um profundo mergulho no registro da emissão ultravioleta, medida constantemente pelo satélite. Apesar de ser um eclipse solar parcial como qualquer outro, o evento da terça-feira, 21 de fevereiro, não foi visto de nenhum lugar da Terra. O único lugar que permitiu sua observação foi no Cinturão de Clarke, uma região no espaço situada a 36 mil km de altitude onde se localizam os satélites geoestacionários e também o observatório de dinâmica solar da Nasa, SDO. Dessa região, o SDO monitora o Sol durante 24 horas e exatamente às 11h14 pelo horário de Brasília a Lua entrou em seu campo de visão, bloqueando parte do disco solar. Durante 1 hora e 42 minutos a lua transitou entre o satélite e o Sol, produzindo importantes dados para calibragem dos instrumentos a bordo do observatório. Através de um imageador de 16 megapixels, o SDO registra o Sol em diversos comprimentos de onda, principalmente no seguimento do ultravioleta extremo, entre 17 e 30 nanômetros (170 e 300 Angstroms), próximo aos raios-x. Durante o eclipse de terça-feira, parte da Lua cobriu a mancha solar 1422, fonte de intensa emissão eletromagnética no espectro ultravioleta, impedindo que a radiação atingisse os sensores no observatório. Isso causou a queda abrupta do sinal na saída dos detectores, o que o permitiu aos cientistas efetuarem uma calibragem mais apurada da sensibilidade dos instrumentos a bordo do SDO.
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